terça-feira, 28 de agosto de 2007

Da Andy.



Um dia, por puro acaso fui chamado a fazer um roteiro para um mini-filme, e assim eu a conheci. Faríamos o roteiro juntos. O projeto não chegou a ir muito pra frente, mas a amizade acabou indo. Que descoberta engraçada, a roteirista com boas idéias e diálogos melhores ainda tinha não mais que 13 anos. Pelos 13 anos que tinha, numa época que eu tinha meus 23 mais ou menos, eu dei a ela o apelido que a Noiva de Kill Bill ganhou: Kiddo.



Kiddo, menina, fã de Harry Potter, parceira de idéias, escritora de Fanfics, boa com esse negócio de juntar palavras como pouca gente que eu conheço, meiga, Rock'n'Roll star, personalidade forte, sentimentos um pouco mais frágeis, inteligente, intensa na forma de lidar com a vida, maior que qualquer descrição que eu tenha a pretenção de fazer.



Com o tempo foi se tornando mais do que um acontecimento feliz no meu MSN, uma grande amiga por quem, mesmo de tão longe, acabei ganhando o hábito de torcer e partilhar as coisas dos dias que vão passando.



Vi muito acontecer pelas suas palavras, e ainda teimo em pensar que tudo passou tão rápido. Tão rápido que é engraçado constatar que está fazendo hoje 15 anos de idade.
Um pouco menos kiddo, um pouco mais mulher, bem sei.



Eu te desejo nesse aniversário muitos momentos daqueles que se guardam como tesouros, um belo par de asas, muitas descobertas sobre si mesma e o mundo que te cerca, novas cores, muitas histórias, e tudo aquilo que faz da vida essa coisa tão vertiginosa e bonita.



Feliz Aniversário!


Velinho.

"The world is your oyster now / you can do as you want to do / the world is your oyster now / so go out / and get high / and get whatever you want to / Desperate Andy.
(Cranberries - Desperate Andy)

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Da convivência.





Conversando com uma amiga minha, ela me perguntou o que eu fazia. Respondi que estava ouvindo um repente no Youtube. Ao terminar a frase, achei aquilo tão engraçado. Repente, Youtube. Duas coisas tão opostas partilhando assim uma mesma frase de um diálogo daqueles que não têm pretensão alguma.


Fiquei muito satisfeito com o acidente, quase como alguém que vê uma estrela cadente no céu. Existem muitas coisas bonitas neste mundo, e nas pessoas do meu tempo, e elas geralmente precisam de carinho na forma de enxergar as coisas para se fazerem aparecer.



Talvez pelo meu pezinho no Nordeste (meus avós por parte de pai vieram do Rio Grande do Norte), eu tenho um amor enorme pela cultura de lá. Literatura de cordel, as piadas, os repentes...

Sobre o assunto, gostaria muito de escrever sobre um desses personagens únicos da cultura do Nordeste, que é Patativa do Assaré. Os poemas dele conseguem me emocionar. Mas vou ficar devendo esse post, por ora.


Até a próxima!


"Paraná Paraná / capital é Curitiba / João Pessoa é Paraíba / Fortaleza é Ceará..."


quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Das músicas da Legião.

Sexo verbal
Não faz meu estilo
Palavras são erros
E os erros são seus...
Não quero lembrar
Que eu erro também

Um dia pretendo
Tentar descobrir
Porque é mais forte
Quem sabe mentir
Não quero lembrar
Que eu minto também...

Bom, hoje eu vou falar de Jean Jacques Rousseau. Err.. não exatamente, mas se Renato Manfredini fez-se Russo por causa de Rousseau, devo presumir que falar de uma música dele deve ser falar um bocado do filósofo.

O inferno são os outros, já dizia alguém bem famoso e salvo engano falecido, cujo nome eu não lembro agora. É algo que fazemos sem querer, dar às pessoas os defeitos que estão dentro da gente. Quanto mais dentro da gente, mais nos incomoda quando os vemos no outro.

Estou falando de todo tipo de gente. Eu disse todo. Os políticos que roubam obscenamente o dinheiro do povo, os criminosos que cometem atos hediondos, todo tipo de gente que faz tudo aquilo que te causa mais horror, a essas pessoas eu também estou me referindo.

Elas são possibilidades suas. Teimamos em dizer que são abominações, monstros, que elas são o inferno, mas o fato é que elas são tão monstruosas quanto vocês poderiam se tornar. Somos todos maus, somos todos corruptos, somos todos santos, todos somos tudo.

Os problemas da nossa sociedade são feitos de pessoas, como todo o resto dela. Isso não significa que as pessoas sejam o problema. O caos aéreo é um problema gerado por um somatório de pessoas que não conseguiram ver as proporções que as coisas tomariam, sendo conduzidas daquele jeito. O problema está nas pessoas diretamente envolvidas tanto quanto está em mim e em você. Sobre a vergonha que é a política no nosso país: culpa dos políticos? Não! A criminalidade também não é culpa dos bandidos. Não adianta matá-los todos ou fazer o que quer que seja, continuarão havendo bandidos.

Nem genocídio daria jeito.

Não quero tirar a implicação das pessoas sobre as coisas, mas o fato é que nos referimos a problemas enormes, que precisam de uma visão muito ampla, como uma somatória de pessoas-problema que estão de sacanagem com a sua cara, e resolveram colocar em prática todo o horror que, eu lhe digo, te parece assim porque é parte de você também.

Não é porque a culpa não recai sobre alguém que o problema não é passível de solução. O que eu digo é que em um meio onde todos agem de forma semelhante, por mais distorcida que seja essa forma, tem alguma coisa errada com o meio. Se essas coisas não forem pensadas, a maldade fica sendo um cargo, no qual as pessoas se revezam. Permaneceremos discursando indignados e nenhum problema sequer vai ser resolvido.

É, parece que estou de advogado do diabo aqui.

A única coisa que eu queria dizer, é que não devíamos ficar com tanta raiva uns dos outros. Talvez haja algo mais produtivo a se fazer em temos como estes.

É isso, segue a música.

Eu sei! Eu sei!...
Feche a porta do seu quarto
Porque se toca o telefone
Pode ser alguém
Com quem você quer falar
Por horas e horas e horas...

A noite acabou
Talvez tenhamos
Que fugir sem você
Mas não, não vá agora
Quero honras e promessas
Lembranças e estórias...
Somos pássaro novo
Longe do ninho
Eu sei! Eu sei!...

(Legião Urbana - Eu Sei)

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Da promessa.

Uma das minhas músicas favoritas da Legião. Aproveitem.

É saudade, então
E mais uma vez
De você fiz o desenho mais perfeito que se fez
Os traços copiei do que não aconteceu
As cores que escolhi entre as tintas que inventei
Misturei com a promessa que nós dois nunca fizemos
De um dia sermos três
Trabalhei você em luz e sombra
E era sempre,
Não foi por mal
Eu juro que nunca quis deixar você tão triste
Sempre as mesmas desculpas
E desculpas nem sempre são sinceras
Quase nunca são
Preparei a minha tela
Com pedaços de lençóis que não chegamos a sujar
A armação fiz com madeira
Da janela do seu quarto
Do portão da sua casa
Fiz paleta e cavalete
E com lágrimas que não brincaram com você
Destilei óleo de linhaça
Da sua cama arranquei pedaços
Que talhei em estiletes de tamanhos diferentes
E fiz, então, pincéis com seus cabelos
Fiz carvão do baton que roubei de você
E com ele marquei dois pontos de fuga
E rabisquei meu horizonte
E era sempre,
Não foi por mal
Eu juro que não foi por mal
Eu não queria machucar você
Prometo que isso nunca vai acontecer mais uma vez
E era sempre, sempre o mesmo novamente
A mesma traição
Às vezes é difícil esquecer:"Sinto muito, ela não mora mais aqui"
Mas então, por que eu finjo
Que acredito no que invento?
Nada disso aconteceu assim
Não foi desse jeito
Ninguém sofreu
É só você que me provoca essa saudade vazia
Tentando pintar essas flores com o nome
De "amor-perfeito"
E "não-te-esqueças-de-mim"

(Legião Urbana - Acrilic on Canvas)

sábado, 4 de agosto de 2007

Do Telemarketing.


Ah, bom dia!

- Percebo que você me ligou, o que com certeza significa que você quer falar alguma coisa comigo.
- No entanto, o fato de você ter me ligado de forma alguma significa que eu queira falar alguma coisa com você.
- Um brinde? Isso geralmente significa que vocês acham que eu não preciso tanto do seu produto quanto possa parecer a mim, e para compensar isso vocês colocam junto um produto do qual eu muito provavelmente preciso menos ainda.
- Promoção? Vocês então estavam me vendendo um produto mais caro do que é viável que ele chegue a mim? Devo deduzir que o abatimento no preço ainda o mantenha muito além do que o produto geralmente vale, certo?
- A propósito, o salário que estão te pagando para me importunar não poderia ser aplicado no produto, de forma que, caso eu realmente precisasse dele eu poderia tê-lo com mais qualidade e por um preço menor?
- Isso tudo não é agir de má fé?
- Alô?
- Alô?

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Dos obstáculos.

Mais um do Mário Quintana pros viajantes que acabam tropeçando neste espaço (semelhantemente ao fim do tempo, de Chrono Trigger que vai merecer um post mais a frente)

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!

(Mário Quintana - Poeminha do Contra)

É isso, ainda tem muito caminho pela frente, e essa coisa toda que me deixou mal assim pelo menos está me fazendo pensar sério no tipo de psiquiatra que eu quero me tornar.
Segue a vida.